terça-feira, 19 de julho de 2011

Zombeteiros Tombos


Iniciei o dia de sol, depois da insônia de uma noite chuvosa e fria
Tentando eliminar o mal estar de um corpo ainda anestesiado pelo sono
A imagem do céu azul e o calor do sol na minha pele me conferiram ânimo
Quisera eu voar, mas troquei as asas por tênis nos pés, contentei-me em correr
Tratei de me impor um ritmo que me levasse, desta vez, a endorfina
Vento leve e úmido deslizava pelo meu corpo que se movimentava rapidamente
Zombeteira calçada subiu do chão e me derrubou na lama herdada da chuva
Junto ao chão minhas mãos, não sem dor, protegeram o rosto, não o joelho
Habilmente me levantei, disfarcei a dor, e continuei a correr
Momentaneamente amaldiçoei o tombo, mas me arrependi depois
Compreendi que meus tombos vinham acompanhados de momentos mágicos
Zombeteira água, no piso, à tarde, meu filhote, caiu também um tombaço...
Sempre caí por aí, enquanto corria sem medo, enquanto era criança...
Dias em que bastavam pequenos, porém intensos, detalhes pra sentir alegria
Zombeteiros tombos me fizeram lembrar que o “bem-estar” é um vício
Lamentei não ter tido por mais vezes, tombos e pele ralada nos últimos anos
Não quero mais me esquecer de andar, correr, subir... Assim se aprende a voar

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Compreendi que meus tombos vinham acompanhados de momentos mágicos..."
    A gente 'desaprende' a cair e rir do tombo; a correr o mais rápido que pode, sem se preocupar em cair, só pra sentir o vento leve no rosto; gente esquece como é bom o vento de cima da pedra mais alta...e deixamos de viver.
    Belo texto!

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